Cidade do México, 22 de outubro de 2014 (OPAS/OMS) —. Cerca de 65 mil pessoas cometem suicídio todos os anos nas Américas – mais de 7 por hora – de acordo com um relatório publicado hoje pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mortalidade nas Américas O relatório Mortalidade por Suicídio nas Américas baseia-se em dados de 48 países e territórios do Hemisfério Ocidental. Mostra que o suicídio é um importante problema de saúde e uma das principais causas de morte evitáveis na região.
“Muitas coisas sobre o suicídio o tornam especialmente trágico”, disse a Diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “O severo sofrimento emocional de quem tira a vida; Sentimentos de perda, abandono ou culpa por parte de familiares e amigos deixados para trás; E é tão permanente, mas muitas vezes por problemas que podem ser resolvidos. Mas o suicídio é amplamente evitável. A pesquisa mostrou que reduzir o acesso a meios mais comuns, como armas de fogo, pesticidas e certos medicamentos, ajuda a diminuir os suicídios.”
Em toda a região, as Américas têm uma taxa média de suicídio mais baixa (7,3 por 100.000 habitantes) do que a média mundial (11,4 por 100.000) e inferior à de outras regiões da OMS. Nas Américas, contudo, as taxas variam significativamente entre países, bem como por idade e sexo. Entre as sub-regiões, a América do Norte e o Caribe não-hispânico apresentam as taxas de suicídio mais altas. Os homens apresentam taxas mais elevadas do que as mulheres em todos os países da região. E entre as faixas etárias, as pessoas com mais de 70 anos apresentam as maiores taxas de suicídio.
Outras descobertas significativas do novo relatório incluem:
 

• Suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos
• Adultos com mais de 70 anos têm maior probabilidade de morrer por suicídio
• Os homens têm quatro vezes mais probabilidade do que as mulheres de morrer por suicídio, embora as mulheres façam mais tentativas de suicídio
• O método mais comum de suicídio na região é a asfixia (incluindo enforcamento), seguida de armas de fogo e envenenamento (incluindo overdose de drogas e ingestão de pesticidas).
• O suicídio diminuiu ligeiramente na América do Norte entre 2005 e 2009, mas aumentou na América Latina e no Caribe
• Os países da região com a maior taxa de suicídio (2005-2009) foram Guiana (26,2 por 100.000), Suriname (23,3), Uruguai (14,2), Chile (11,2), Trinidad e Tobago (10,7), Estados Unidos (10,1 ), Cuba (9,9) e Canadá (9,7).

O relatório observa que estas e outras conclusões devem ser interpretadas com cautela, uma vez que a qualidade dos dados varia significativamente de país para país. Além disso, factores culturais, religiosos e até legais levam à subnotificação do suicídio em muitos países, sugerindo que o relatório provavelmente subestima o verdadeiro fardo do suicídio nas Américas.
O relatório observa também que existe uma forte ligação entre o suicídio e os problemas de saúde mental; A pesquisa sugere que a doença mental é um fator no 90% de todos os suicídios. O relatório recomenda que os países avaliem os seus sistemas de saúde mental para determinar se dispõem de programas, serviços e recursos para prevenir e tratar problemas associados ao comportamento suicida.
“Precisamos detectar precocemente e tratar transtornos mentais como depressão e abuso de álcool”, disse o Diretor da OPAS, Etienne. “Nas nossas comunidades e nos nossos serviços de cuidados primários, devemos identificar, monitorizar e prestar cuidados às pessoas em risco. Devemos estar especialmente vigilantes para aqueles com tentativas anteriores. Mas prevenir o suicídio não é responsabilidade apenas dos profissionais de saúde; Comunidades, famílias, igrejas e grupos sociais.
A OPAS, fundada em 1902, é a organização internacional de saúde pública mais antiga do mundo. Trabalha com seus países membros para melhorar a saúde e a qualidade de vida da população das Américas. Também funciona como Escritório Regional da OMS para as Américas.
Ligações

• Mortalidade por suicídio nas Américas (relatório regional da OPAS)
• Prevenir o suicídio: um imperativo global (relatório global da OMS)